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Ecossistema de Inovação Social em Longevidade 2024

Criar Demanda

A gente só
sonha com o
que a gente vê

Lisiane Lemos

Secretaria Extraordinária
de Inclusão Digital e
Equidade do RS

O mapeamento realizado pelo Lab Nova Longevidade reuniu mais de 400 iniciativas multisetoriais que estão ajudando a repensar a longevidade no Brasil. Com base nesse resultado, perguntamos para 17 atores do ecossistema:
O que precisa acontecer para que a sociedade crie mais demanda por iniciativas como essas, que viabilizam e valorizam as contribuições de pessoas de todas as idades?

As respostas foram transcritas e analisadas pelo “Cérebro Nova Longevidade”, que sintetizou as ações necessárias para que se crie mais demanda por este tipo de iniciativa na sociedade brasileira.

Promover a conscientização e a educação
  • Aumentar a conscientização pública sobre o envelhecimento populacional.
  • Promover novas narrativas e disseminá-las em campanhas públicas para educar a sociedade sobre os desafios e benefícios da longevidade.
  • Implementar campanhas educacionais que enfatizem os benefícios de uma sociedade inclusiva em que todas as pessoas, independentemente da idade, possam contribuir.
  • Incorporar tópicos de longevidade e envelhecimento nos currículos educacionais em vários níveis para promover uma cultura que valorize as gerações mais velhas desde a juventude e que fomente a colaboração intergeracional.
Promover uma cultura de inclusão e respeito
  • Promover mudanças culturais que desafiem as atitudes e estereótipos idadistas.
  • Incentivar que a mídia e o discurso público celebrem as conquistas e o potencial de indivíduos de todas as idades.
  • Desenvolver programas que incentivem a interação entre diferentes grupos etários, promovendo a compreensão e o apoio mútuos.
  • Criar plataformas para que pessoas idosas expressem suas necessidades e participem dos processos de tomada de decisão. Isso pode incluir conselhos consultivos e conselhos comunitários.
Promover a inclusão digital
  • Promover iniciativas governamentais e parcerias com setores privados para fornecer serviços de Internet acessíveis.
  • Fornecer treinamento e recursos para equipar pessoas de todas as idades com as habilidades digitais necessárias para participar da sociedade mediada por tecnologia.
  • Implementar programas educacionais para aprimorar o letramento digital, permitindo que pessoas de todas as idades utilizem os serviços digitais de forma eficaz e participem da economia digital.
Implementar políticas públicas de apoio e incentivos econômicos
  •  Desenvolver políticas que integrem as necessidades de uma população idosa em um planejamento social e econômico mais amplo.
  • Defender políticas que apoiem o emprego e o envolvimento ativo de pessoas idosas na força de trabalho.
  • Introduzir políticas e fornecer incentivos financeiros e apoio a startups e empresas que criam produtos e serviços projetados para adultos mais velhos.
  • Fornecer subsídios e isenções fiscais para empresas que investem em tecnologias amigáveis aos usuários idosos.
  • Apoiar iniciativas que reúnam diferentes faixas etárias para colaborar em projetos e compartilhar conhecimentos.
Pesquisa e coleta de dados
  • Apoiar pesquisas sobre o envelhecimento e a eficácia de diferentes iniciativas. Isso pode ajudar a identificar lacunas e oportunidades de melhoria.
  • Usar dados coletados de estudos para informar políticas e programas, garantindo que eles atendam às necessidades reais da população idosa.
  • Realizar pesquisas contínuas para entender a evolução das necessidades da população idosa e avaliar a eficácia das iniciativas existentes.
Engajar stakeholders de todos os setores
  • Envolver iniciativa privada, organizações da sociedade civil, órgãos governamentais e academia na criação e no apoio a iniciativas que valorizem as contribuições de pessoas de todas as idades.
  • Criar parcerias que aproveitem a experiência e os recursos de vários setores para desenvolver soluções abrangentes que atendam às diversas necessidades da população idosa.
  • Destacar histórias de sucesso das mais de 400 iniciativas mapeadas pelo Lab Nova Longevidade para inspirar mais inovação e participação.
  • Utilizar as mais de 400 iniciativas identificadas pelo Lab Nova Longevidade para criar uma rede coesa que possa compartilhar recursos, conhecimentos e práticas recomendadas.

Explore as
respostas dos entrevistados

Um casal de idosos se abraçam e sorriem
Alexandre da Silva - Foto

Alexandre da Silva

Secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa
Governo

A redução do idadismo. Esse é o ponto central, sabe? Eu vejo que se a gente conseguir reduzir, mitigar as diversas manifestações do idadismo na sociedade, o cultural, o institucional e interpessoal, o pessoal internalizado, se tudo isso pudesse ser mitigado, com certeza a gente veria na pessoa idosa o protagonismo que ela tem, a autonomia que ela tem, um desejo e uma motivação. E isso vai servir de exemplo para toda a sociedade, certo? Até ver o seu mais velho, a sua mais velha, vivendo e não sobrevivendo, criando, aproveitando os propósitos, aproveitando as oportunidades, vivendo do seu propósito, vivendo para o seu propósito. Isso vai servir de exemplo para as novas gerações. E com certeza isso será revolucionário! 

Então, para mim, isso é um ponto central e daria para a gente dar diversos exemplos de como o idadismo ainda é muito forte na nossa sociedade, a ponto da gente ter em diversos espaços muitas pessoas idosas que falam de várias pautas, mas não conseguem trazer isso convergindo para a questão da pauta do envelhecimento. Isso sem falar dos mais diversos setores que falam das pessoas idosas, mas na hora de firmar mesmo um pacto ali com a sociedade, acabam também fazendo uma certa omissão ou um pacto mais fragilizado porque a gente tem pessoas que não querem reconhecer ou querem esconder o seu envelhecer.

Anna Fontes - Foto

Anna Fontes

Itaú Viver Mais

Organização da Sociedade Civil

Para que a sociedade crie mais demanda por soluções que viabilizem e valorizem as contribuições de pessoas de todas as idades, é necessário um letramento abrangente de todos os componentes do ecossistema: indivíduos, sociedade, governo, organizações e empresas. Todos devem estar cientes das mudanças que estão ocorrendo, entender como essas mudanças impactam suas vidas e realidades, e então começar a criar e fortalecer caminhos possíveis. Sem esse conhecimento e compreensão, é inviável desenvolver políticas e projetos coerentes e eficazes.

Beltrina Corte - Foto

Beltrina Côrte

Portal do Envelhecimento e Longeviver

Produção de Conteúdo

Sabe aquelas paletas mexicanas, aquele sorvete? Chegaram e, assim como chegaram, foram embora. Eu diria que, no fundo, se uma iniciativa nasce apenas com o foco financeiro, ela está fadada a desaparecer. Há um quê de militância, um quê de social que tem de fazer parte, porque trabalhar com envelhecimento não é fácil, existe uma militância. Tem que ser atravessada pela questão social, então a iniciativa tem que ter uma pegada de negócio social mesmo. Se é uma startup só, se não tem essa pegada, são poucas as que se mantêm.

Bruno Pipponzi - Foto

Bruno Pipponzi

Grupo RD Saúde
Iniciativa Privada

Eu acho que primeiro a sociedade está despertando para isso. Infelizmente, a gente vive num mundo onde a forma que as pessoas endereçam as ofertas, está muito vinculada à demanda. Então, no passado a gente falava “ah, mas a população idosa é menor”, é um mercado menor. E aí você tinha menos olhar para isso. Infelizmente, isso é muito drive de construção das coisas, né? Só que quando a gente olha para frente, não tem um lugar que você vá, não tem nenhuma análise de mercado que você acompanhe que você não veja esse fenômeno. Eu vejo cada vez mais os próprios empreendedores e os governos, a iniciativa privada, todo mundo se referindo a essa questão do envelhecimento como um ponto de muita atenção que a gente precisa ter.

Hoje você começa a observar muito mais mobilização das empresas, das indústrias, do setor privado, o setor público em geral também na questão dos desafios do envelhecimento. Porque amanhã, a gente vai depender muito disso e vai ser um mercado consumidor gigantesco. Se você parar para pensar no idoso, pensa na vovó lá de trás, que tinha 60 anos, que ficava em casa, tricotava. Hoje, uma mulher de 60 anos é compatível com a mulher de 30 daquela época. Esse mercado está crescendo muito. As pessoas estão percebendo que existe muita vida e muita qualidade depois dos 60. E isso vai fazendo emergir um mercado consumidor muito grande.

Então eu acho que essas iniciativas naturalmente vão começar a emergir, porque é uma oportunidade. Eu acho que o movimento já começou, porque esse mercado ainda vai crescer muito. Agora também tem o lado das políticas públicas. Acho que tudo isso vai sendo puxado. O governo discutir mais como transformar a previdência em algo mais útil para as pessoas, não virar aquela coisa da renda que fica pingando todo mês. Como que a gente cria um sistema mais produtivo para que a previdência e a aposentadoria sejam um negócio de maior propósito para as pessoas, para os idosos. Como a gente pode estender políticas de emprego para as pessoas mais velhas também? Porque elas têm muita experiência depois de 60. Estão muito jovens também. O exemplo que eu estava dando da mulher de 60 anos. Ela ainda tem muita energia para trabalhar, para fazer muitas coisas. Então eu acho que é o despertar. Eu vejo hoje, realmente, em diversos exemplos, que essas iniciativas estão ganhando força. E eu acho que com o tempo isso só vai se fortalecer porque vai ter muito dinheiro nessa conversa.

Cristiane Sultani - Foto

Cristiane Sultani

Instituto Beja

Organização da Sociedade Civil

Eu acho que falta para a sociedade um discernimento sobre a questão da longevidade. Eu ouço muita gente dizer “os 50 agora são os novos 30”, porque as pessoas estão mais conservadas ou porque elas fazem mais tratamento estético, ou porque elas se cuidam mais, ou porque a alimentação é diferente. Mas eu acho que as pessoas não contextualizam o que tudo isso significa e o que isso implica em relação a diferentes e novos ciclos de vida. Como o Estado responde a isso? A questão da aposentadoria, de cálculo atuarial e da falência da Previdência é uma coisa antiga, que já se falava mesmo com uma expectativa de vida de 75 anos. O assunto está abafado e precisa ser abordado já numa perspectiva em que se fala de se viver 110 anos.

Então temos que arregaçar as mangas e tem muita coisa para fazer. Primeira coisa, eu acho que o censo do IBGE deveria ter novas perguntas e novas perspectivas. Com isso, uma série de estatísticas também seriam alteradas dentro desse contexto. Acho que precisa de campanhas de marketing, de novas imagens, de novas dinâmicas de convívio, da relação intergeracional. Como é que isso se dá? Como é que um país que é tão longevo assim vai encarar a questão da educação e do respeito ao idoso? O que é considerado uma nova faixa etária para os idosos? Não é aos 60 anos, certamente. E acho que o Instituto tem que estar super envolvido nisso e junto com a Ashoka, no Laboratório de Nova Longevidade, abrindo caminhos para essa contextualização.
Hoje você começa a observar muito mais mobilização das empresas, das indústrias, do setor privado, o setor público em geral também na questão dos desafios do envelhecimento. Porque amanhã, a gente vai depender muito disso e vai ser um mercado consumidor gigantesco. Se você parar para pensar no idoso, pensa na vovó lá de trás, que tinha 60 anos, que ficava em casa, tricotava. Hoje, uma mulher de 60 anos é compatível com a mulher de 30 daquela época. Esse mercado está crescendo muito. As pessoas estão percebendo que existe muita vida e muita qualidade depois dos 60. E isso vai fazendo emergir um mercado consumidor muito grande.

Então eu acho que essas iniciativas naturalmente vão começar a emergir, porque é uma oportunidade. Eu acho que o movimento já começou, porque esse mercado ainda vai crescer muito. Agora também tem o lado das políticas públicas. Acho que tudo isso vai sendo puxado. O governo discutir mais como transformar a previdência em algo mais útil para as pessoas, não virar aquela coisa da renda que fica pingando todo mês. Como que a gente cria um sistema mais produtivo para que a previdência e a aposentadoria sejam um negócio de maior propósito para as pessoas, para os idosos. Como a gente pode estender políticas de emprego para as pessoas mais velhas também? Porque elas têm muita experiência depois de 60. Estão muito jovens também. O exemplo que eu estava dando da mulher de 60 anos. Ela ainda tem muita energia para trabalhar, para fazer muitas coisas. Então eu acho que é o despertar. Eu vejo hoje, realmente, em diversos exemplos, que essas iniciativas estão ganhando força. E eu acho que com o tempo isso só vai se fortalecer porque vai ter muito dinheiro nessa conversa.

Eduardo Meyer - Foto

Eduardo Meyer

Trabalho60+ e Bairro com Vida

Organização da Sociedade Civil

Basicamente, é mudança cultural. É um processo lento, como é o do desenvolvimento local. Não é uma coisa que você chega, implanta e pronto. É um processo. Eu culpo muito os velhos, porque os velhos não estão mostrando o seu potencial. Os velhos estão acomodados numa posição de que são velhos, são aposentados. O que despertou o Trabalho 60+ e o Bairro Com Vida foi a gente sentir na prática a importância do trabalho dos velhos, que gera um grande valor que não é palpável. E como botar isso para fora? O velho tem que mostrar que pode, que faz e que quer fazer.
Eu lembro que lá atrás, quando era para conseguir o primeiro emprego, o maior obstáculo eram os tais dois anos de experiência. A gente juntando 20 velhos dá mil anos de experiência. Quanto vale isso? Em áreas diferentes do conhecimento, com vivências e experiências diferentes, isso junto tem um valor que é difícil de mostrar, mas nós temos que mostrar. Então essa história de como incluir velhos e jovens nisso, a resposta é: fazendo. Isso é fundamental. E nisso eu acho que os Bairros Amigos dos Idosos e o Bairro Com Vida e o Trabalho 60+ podem ajudar muito a demonstrar. Na prática eu acho que tem que ter ações assim.

Gabriela Augustini - Foto

Gabriela Agustini

Olabi e Fellow Ashoka

Organização da Sociedade Civil

Acho que o mais importante é entendermos isso como uma dimensão transversal de muitos processos, para que essa população não seja esquecida, nem vista apenas como usuária/ beneficiária, e sim como agente de criação de transformação. Essa é a mudança de mentalidade que precisamos fazer em diversas esferas.

Juliana Ramalho - Foto

Juliana Ramalho

Talento Sênior

Startup

Essas 400 iniciativas precisam virar fonte de informação e referência para outras 1200, que vão viabilizar outras milhares e assim vai. Exemplos reais, com resultado e compartilhamento, arrastam multidões. O problema é que essas 400 estão cortando mato alto e às vezes o resultado demora a vir. São elas que estão gastando mais em desenvolvimento de tecnologia, de criação de demanda, de conscientização sobre mercado e produto. A vanguarda tem um custo muito alto e, portanto, deveriam ter mais suporte e capital de risco, inclusive da filantropia. Mas com o sucesso dessas, os exemplos vão arrastar uma seguinte geração e a bolha se tornará um tsunami. No caso da longevidade, não estamos falando de modismo porque tem bases econômicas concretas. Em 2060 serão 70 MM de pessoas 60+ ou 40MM de pessoas idosas pelo critério de idade prospectiva. Está em jogo um poder aquisitivo de trilhões, não há como ignorar ou fugir. 

João Souza - Foto

João Souza

Fa.vela e Fellow Ashoka

Organização da Sociedade Civil

Quando pensamos em crianças e jovens, a maior referência que temos é que essa turma que irá construir “um novo futuro”, e por que não pensamos em pessoas idosas como agentes igualmente importantes nessa construção? Acredito que quando tiramos de pessoas 60+ esse papel ativo, e voltamos a elas um olhar condescendente, deixamos de valorizar as contribuições e o poder transformador que essas pessoas possuem. A mentalidade sobre o que pessoas 60+ representam na sociedade e sobre a capacidade individual de cada uma delas é um fator determinante nesse processo de valorização. Quando passarmos a entender que precisamos valorizar contribuições plurais para resolvermos problemas de uma sociedade igualmente plural, passaremos a pensar em soluções que viabilizem a participação de todos. 

João Paulo - Foto

João Paulo Nogueira

Cuidador de Confiança e Fellow Ashoka

Startup

Eu acho que, primeiro, precisa ter uma coalizão das frentes da sociedade. Porque essa transformação só vai acontecer quando vários setores da sociedade começarem a atuar de forma conjunta. Hoje ainda é muito fragmentado: você tem uma ação em saúde pública, outra em transporte, outra em mobilidade, em alimentação, uma ação financeira. São várias, mas são todas separadas. Não tem nada que enderece isso de uma forma mais integrada. 

Por exemplo, a gente fica falando “vamos tentar mudar o hábito”. É humanamente impossível a gente lutar contra a epidemia de obesidade se a gente não der um jeito de tributar mais a batata frita e isentar os brócolis. Claro que é uma brincadeira, mas é preciso pensar como a gente vai chegar nesse nível de coalizão da sociedade para que, de forma multisetorial, a gente consiga endereçar um problema que é muito complexo e amplo. Feito isso, eu acho que tem alavancas de incentivo que podem acontecer. E aí, uma mudança cultural que naturalmente vai acontecer, porque o problema existe. Ele está na casa das pessoas. E vai ficar mais fácil, mais natural, demandar e acessar essas coisas. Mas isso ainda é muito fragmentado.

Layse Vicente - Foto

Layse Vicente

Fórum Gerações e Futuro do Trabalho
Organização da Sociedade Civil

Para que a sociedade crie mais demanda por soluções que viabilizem e valorizem as contribuições de pessoas de todas as idades, é necessário promover diversas ações e mudanças em múltiplos níveis, incluindo educação, políticas públicas, cultura organizacional e conscientização social. 

Esse processo deve começar desde a infância, com o fomento do respeito mútuo entre as gerações nas escolas, em casa e em outros espaços sociais. Incentivar a convivência com pessoas de diferentes idades ajuda na construção de uma sociedade mais inclusiva e consciente sobre a importância da diversidade etária desde cedo. Esse é um investimento de longo prazo.

De forma mais imediata, incentivar programas de educação continuada, oferecendo cursos e treinamentos acessíveis para pessoas de todas as idades, além de promover campanhas de conscientização que destaquem os benefícios da diversidade etária no ambiente de trabalho e na sociedade em geral. 

Estabelecer parcerias entre governos, empresas, ONGs e instituições educacionais para desenvolver iniciativas que promovam a inclusão etária é uma estratégia eficaz, que une forças, cria pontes de interesse comum. Por fim e não menos importante, investir em pesquisas que demonstrem os benefícios econômicos e sociais da inclusão etária e criar mecanismos para monitorar e avaliar o impacto das políticas e práticas mais inclusivas.

Lisiane Lemos - Foto

Lisiane Lemos

Secretaria Extraordinária de Inclusão Digital e Equidade do RS

Governo

Para que a sociedade crie mais demanda por soluções que viabilizem e valorizem as contribuições de pessoas de todas as idades, é necessário promover diversas ações e mudanças em múltiplos níveis, incluindo educação, políticas públicas, cultura organizacional e conscientização social. 

Esse processo deve começar desde a infância, com o fomento do respeito mútuo entre as gerações nas escolas, em casa e em outros espaços sociais. Incentivar a convivência com pessoas de diferentes idades ajuda na construção de uma sociedade mais inclusiva e consciente sobre a importância da diversidade etária desde cedo. Esse é um investimento de longo prazo.

De forma mais imediata, incentivar programas de educação continuada, oferecendo cursos e treinamentos acessíveis para pessoas de todas as idades, além de promover campanhas de conscientização que destaquem os benefícios da diversidade etária no ambiente de trabalho e na sociedade em geral. 

Estabelecer parcerias entre governos, empresas, ONGs e instituições educacionais para desenvolver iniciativas que promovam a inclusão etária é uma estratégia eficaz, que une forças, cria pontes de interesse comum. Por fim e não menos importante, investir em pesquisas que demonstrem os benefícios econômicos e sociais da inclusão etária e criar mecanismos para monitorar e avaliar o impacto das políticas e práticas mais inclusivas.

Marcia Vieira

Marcia Vieira

Mastercare, Conacare e Hub Longevidade

Startup

As empresas, o mercado precisam atualizar o olhar sobre quem são os “novos” brasileiros e brasileiras 50+. E essa mudança não se dá apenas criando campanhas incluindo pessoas da geração prateada. É necessário algo mais profundo, tanto no que diz respeito à percepção sobre este mercado consumidor, quanto sobre esta força de trabalho ativa, atualizada sim, moderna e sábia ao mesmo tempo. Sociedades que sabem ouvir seus mestres evoluem mais rápido. O mesmo vale para as empresas. A intergeracionalidade é estratégica e vital para negócios prosperarem a partir dos novos contornos demográficos do país. 

Marta Pipponzi Foto

Marta Pipponzi

Idealizadora filme Quantos Dias. Quantas Noites

Filantropia

Não tem outro caminho, senão o de plantar sementinhas. Mas o fato de vocês terem criado essa iniciativa de mapeamento, entender e estar fazendo essa pergunta, já pulamos dez casas no jogo. Eu acho que você não pode parar de pensar, de provocar o tema, seja no mundo, na sua vida pessoal, no trabalho, na sua comunidade. Eu acho que o segredo é criar essas narrativas, porque as pessoas têm que se ver, tem que se ver nesse lugar de envelhecimento. A gente tem que fomentar o máximo possível de outras iniciativas. Existir 400 iniciativas é maravilhoso, mas ter uma fonte catalisadora é fundamental para que a gente consiga chegar mais longe. Porque eu sinto que para muitos dos problemas sociais que a gente tem, existem soluções, mas falta um organizador para dizer: “Peraí, como é que a gente pode potencializar tudo isso? Como é que essa iniciativa pode ir mais longe? Como é que isso aqui tem que ser reconstruído para ser inovador?” Eu acho que isso é fundamental. E o fato de vocês estarem fazendo essas perguntas é, de novo, mais 10 casinhas andadas no jogo.

Morris Litvak - Foto

Mórris Litvak

Maturi
Startup

Para aumentar a demanda por soluções que valorizem todas as idades, é necessário promover uma mudança cultural que reconheça o valor da experiência e da sabedoria dos mais velhos. Isso pode ser feito através de educação, campanhas de conscientização, políticas inclusivas e exemplos práticos de sucesso que demonstrem os benefícios da diversidade etária.

Odete Almeida - Foto

Odete Batista Dias Almeida

Coordenadoria da cidadania – COCID da Corregedoria-Geral da Justiça do Estado do Tocantins
Governo

Mais pesquisas, seguidas de rodas de conversas na comunidade, trazendo a família, o idoso, o Estado e as empresas privadas para pensarem juntos nas formas de soluções. Além disso, trabalhos voltados para o preparo de cuidadores e para o empoderamento da pessoa idosa, de maneira a levá-la a se sentir útil e necessária o máximo de tempo de vida possível.

Sergio Serapião - Foto

Sérgio Serapião

Labora,  Lab60+ e Fellow Ashoka
Organização da Sociedade Civil

Um dos desafios de se falar em longevidade é o baixo nível de conscientização para o tema. O contorno do tema longevidade ainda comporta vários “tons de cinza”, com entendimento difuso sobre o mesmo, dependendo de para quem se pergunta. E o risco ainda maior é que as iniciativas que se identificam com o tema, usualmente estão atuando na verdade com envelhecimento, a partir das perdas e escassez que viriam associadas ao tempo de vida.

Na experiência do Lab60+, conseguimos ultrapassar esses desafios ao adotar o mantra do Procopó (agenda propositiva, colaborativa e positiva) e ao articular uma rede de pessoas ativistas que não necessariamente se definem como atuantes em longevidade, mas sim, em temas que tangenciam e /ou atravessam a questão geracional, tais como educação, trabalho, moradia, sexualidade etc. Por fim, entendemos que ninguém tinha a resposta e estimulamos que novas soluções fossem cocriadas por essa rede que se formava. A criação e fomento de redes, eu as vejo como essenciais para realmente ternos novas ideias e iniciativas que promovam saúde, inclusão e protagonismo por toda vida.

Quer saber mais sobre o que pensam as pessoas-chave entrevistadas pelo mapeamento?
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